domingo, 24 de janeiro de 2010

TORRE EIFFEL


            Quem chega a Paris ou simplesmente vê a Torre Eiffel pela televisão ou foto deve imaginar que esta foi construída para ser o que é: um monumento para a eternidade. Na verdade as coisas não são bem assim, a torre foi construída para ser um monumento temporário e seria demolida posteriormente. Vejamos um pouco desta estória.
            A França respirava um pouco mais aliviada das suas convulsões internas e externas no início da segunda metade do século XIX quando em 1855 sediou pela primeira vez a Exposição Universal. Esta exposição é um evento mundial que congrega o que se tem de melhor em termos de arte, engenharia e arquitetura, influenciando e marcando a história de vários países.
            Em 1889, a França comemorava os cem anos da Revolução e foi escolhida para sediar mais uma vez a Exposição Universal. A importância da data demandava um espetáculo como jamais fora visto em qualquer exposição. Por este motivo procedeu-se um concurso entre diversos engenheiros e arquitetos para que fosse escolhido um projeto arquitetônico que marcaria a comemoração na Exposição Universal em Paris no ano de 1889.
            Deste concurso, saíu vitorioso o projeto do arquiteto de Gustave Eiffel, na época, já um importante construtor de pontes metálicas. Daí a torre ter herdado seu nome. A idéia era um mirante feito na forma de torre, com estrutura toda metálica que poderia propiciar uma visão panorâmica de toda a cidade de Paris. O arrojo das curvas expressas no seu desenho encantou a todos. Acresce que vivia-se um período em que as construções metálicas eram a última tendência em sofisticação, haja vista que foi a época dos chalés de ferro, exportados para vários países por famílias extremamente abastadas (no Brasil existem dois na cidade de Belém - um no Bosque Rodrigues Alves e outro na UFPA).


A construção da torre iniciou em 1887, mas só foi concluída no ano da exposição, tendo como data oficial de inalguração: 31 de março de 1889.

UM POUCO SOBRE GUSTAVE EIFFEL

Gustave Eiffel nasceu em Djon, na França, em 1832 e graduou-se em 1855 na Ecole Centrale des Arts et Manufacture. Especializou-se em construção de pontes metálicas para ferrovias, atividade esta que fez seu nome. Depois da construção da Torre Eiffel, teve como outro grande feito a construção da estrutura metálica interna da Estátua da Liberdade em Nova York.
Também variou sua vocação dedicando-se a estudos no campo da meteorologia, rádio telegrafia e aerodinâmica. Eiffel morreu em 27 de dezembro de 1823.


DADOS SOBRE A TORRE
             A torre é localizada no Champ de Mars, em frente a École Militaire. Possui 300 metros de altura (320,75m com a antena). Um total de 7 mil toneladas de ferro, distribuídas em 15 mil peças e mais 40 toneladas de tinta. Para subir existe um sistema de elevadores que possibilita ascender para todos os três estágios da torre. Existe também a possibilidade de utilizar os 1652 degraus até o topo.
            A vista panorâmica do terceiro estágio é um verdadeiro passeio por Paris. Veja as fotos:

Champ de Mars tendo a École Militaire ao fundo



Praça e terraço Trocádero - um mirante para a Torre (lado oposto ao da École Militaire.



Vista do Louvre



Les Invades, complexo arquitetônico que contém museus e onde se encontra sepultado Napoleão Bonaparte.



Vista do Arco do Triunfo



Pontes sobre o rio Sena
A VENDA DA TORRE EIFFEL
             Em 1925 uma curiosa estória de negociata envolvendo a Torre Eiffel surpeendeu a todos. Um vigarista austro-hungaro chamado Victor Lusting, dizendo-se conde e funcionário superior do Ministério, conseguiu reunir cinco homens de negócio para informar-lhes que a torre seria desmontada e suas 7 toneladas de ferro de excelente qualidade seriam vendidas. O motivo era simplemente, o alto custo de sua manutenção que estava se tornando inviável para os cofres de Paris. Foi-lhes orientado que fizessem suas propostas em envelopes fechados, a maior ganharia o direito de comprar a Torre Eiffel. Assim foi feito e, no dia seguinte, André Poisson, um negociante que possuía uma considerável fortuna, foi informado de que sua oferta foi a maior e, portanto, a torre seria vendida a ele.
            Uma semana depois, fechava-se o negócio em uma suíte do hotel Crillon, em frente a Place de La Concorde, com vista para a torre. Questionado por Poisson porque uma negociação tão importante era realizada num hotel e não no Ministério, Lusting não exitou em responder que a vida de um funcionário público é muito sacrificada principalmente pelo baixo salário e que é costume este funcionário receber uma gratificação no ato da venda. Compreendendo a situação Poisson entregou-lhe um cheque (que fora descontado uma hora depois) e uma maleta de dinheiro com sua gratificação (aumentando ainda mais o golpe).
            Em pouco tempo o comprador percebeu que havia sido vítima de uma armação, mas por estar por demais envergonhado de ter sido tão tolo, não comunicou a fraude às autoridades. Tal fato deixou o caminho livre para Victor Lusting vender novamente a Torre Eiffel. Desta vez, porém, a vítima denunciou a polícia e a publicidade dada ao caso o impediu de continuar vendendo a torre. Ele jamais foi apanhado.



O DESTINO DA TORRE EIFFEL
             O monumento da Exposição Mundial de 1889 deveria ser desmontado no final do contrato da exposição, contrato com duração de dez anos, portanto no ano de 1909. A prefeitura parisiense estava em grandes dificuldades financeiras para manter os gastos com a torre, contudo o valor recebido para a instalação de uma antena de rádio acabou salvando a torre de ser imediatamente desmontada. A Torre permaneceu como monumento mais alto do mundo por cerca de 40 anos, atraindo turistas do mundo todo e dando um novo fôlego a economia Parisiense. Sua utilização em estudos metorológicos e o próprio amor desenvolvido pelo francês pela torre, impediu a sua desmontagem, passando ela a ser um dos mais fortes símbolos da Capital e do país. Atualmente é visitada por cerca de sete milhões de pessoas todos os anos, o que dá uma boa renda para a prefeitura da cidade. Desta forma a Torre Eiffel se transformou não só num monumento à Revolução Francesa, mas um monumento eterno da humanidade.

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